O feitiço - Capítulos

O FEITIÇO

Romance

By
 PET TORRES
Prólogo

Salomé

Princesas não choram...
Essa foi a minha sentença há algum tempo atrás.
Eu me recordo que eu sempre fui uma princesa muito feliz ao lado do meu pai, o rei Saulo.
O meu pai sempre governou a província de uma terra distante.
No castelo, morava eu, o meu pai, a minha tia Dorotéia e toda a guarda do castelo.
Eu lembro que eu cresci com a proteção do Rei Saulo e de todo o reino. Eu não levava uma vida normal, pois eu era escoltada por vários guardas e jamais poderia atravessar os muros enormes do castelo. Isso era precisado para a minha proteção.
Como todo um reinado, nós tínhamos inimigos em toda a parte. E o mais surpreendente é que os nossos inimigos mais ameaçadores estavam dentro de nosso palácio, entre a nossa família real.
 
Capítulo 1

Dorotéia

-Amanhã será um grande dia!
Eu digo caminhando em meu aposento, de um lado para o outro. As extremidades do meu longo vestido escuro, bordado com pedras preciosas, deslizavam pesadamente pelo chão. Os meus cabelos vermelhos fogo estavam adornados com uma tiara de ouro.
Afinal, eu era a cunhada do Rei Saulo e precisava me manter a autoria do meu posto de dama da nobreza.
Contudo, eu desejava muito mais do que isso, eu desejava o reino, eu desejava governar a terra dos Saulos.
-Eu vejo que você está bastante animada, Madame Dorotéia!
Disse Escariodez, ele era o meu braço direito dentro daquele castelo. Após a morte do meu marido, o irmão de Saulo, Escariodez se tornou o meu amante.
Escariodez era um homem bonito e charmoso, embora um de seus olhos fosse cego e ele o disfarçava com um ‘tapa olho’ escuro. Mas isso o tornava ainda mais atraente e misterioso.
-Escariodez, o grande dia irá chegar amanhã. No aniversário de minha adorada sobrinha Salomé.
Nesse momento, eu caminhei para a minha cama e sentei-me nela, sentindo a sua maciez abaixo de mim. Os meus olhos brilharam com entusiasmo, quando a minha mente tinha figurado o dia esperado por mim.
O aniversário da minha sobrinha.
-Amanhã Salomé irá chorar amargamente.
Escariodez sorriu com o meu plano brilhante. Somente eu e ele sabíamos sobre o que estava prestes a acontecer no dia seguinte.


Rei Saulo

Enquanto isso, eu fui até o aposento de minha única filha. No futuro, Salomé seria a minha substituta ao trono.
Eu tive apenas ela como filha e única sucessora.
Não havia outro herdeiro que pudesse governar a Terra do Sol além de mim. Então esse papel seria atuado por Salomé no amanhã.
-Querida, eu vim lhe desejar boa noite!
Eu disse e caminhei até a cama da minha filha. Salomé já estava deitada em seu leito, debaixo das cobertas suntuosas.
 Os seus cabelos longos e vermelhos estavam contidos em uma longa trança, jogada para um lado de seu ombro.
A sua pele estava pálida e os seus olhos cor mel estavam quase fechando de sono.
- Papai, eu estava esperando o seu abraço de boa noite!
Ela disse-me e abriu os braços para receber-me. Porém, eu abracei-a com todo cuidado de um pai zelante.
Beijei o todo de sua cabeça uma ou duas vezes e acrescentei sem pressa.
-Eu jamais deixaria de lhe desejar boa noite!- Eu sorri por cima de seus cabelos cor fogo. -Você é o meu maior tesouro, minha querida!
Ela sorriu descansada e me abraçou com mais força.
-Nenhum ouro nesse castelo poderia substituir o imenso amor que sinto por você! Você foi o meu maior presente de Deus!
-Eu também te amo, papai!
Salomé reforçou e sorriu novamente. Ela parecia muito feliz com a minha declaração. Antes longo, eu segurei a borda do seu queixo e olhei em seu rosto angelical.
-Amanhã será um grande dia! Eu irei apresentá-la a nobreza, em seu aniversário de dezoito anos.
-Papai, eu estou nervosa! Todos irão me olhar e todos irão querer vim falar comigo!
A minha filha olhou para todos os lados, confusa. Como se ela já estivesse diante de todos os convidados.
-Salomé. - Eu sorri para ela e abandonei o seu queixo. - Ninguém irá se aproximar de você sem a minha permissão.


Capítulo 2


Dorotéia


Horas antes do banquete de aniversário da princesa


-Faltam algumas horas para tudo se concretizar, meu querido.
Eu disse e segurei o rosto de Escariodez. Ele sorriu para o meu vestido de pedras preciosas, na tonalidade escura. O meu batom era vermelho e sobre o topo de minha cabeça ficava uma tiara gigante de pedras preciosas.
Eu já estava arrumada para o grande banquete, o qual seria oferecido em honra dos 18 anos da princesa Salomé.
-Quando Salomé derramar a sua primeira lágrima esta noite, a sua vida irá mudar da água para o vinho.
Eu afirmei olhando para o teto do meu aposento. A claridade vinda do candelabro de pedrarias iluminou o meu rosto hílare. Eu não pude conter a minha risada estrondosa. Contudo, Escariodez começou a sorrir comigo.
-Você é perfeita, minha futura rainha!
O encarei dizendo:
- EU VIM AO MUNDO PARA GOVERNAR. EU JAMAIS SEREI COADJUVANTE, MEU CARO!


Rei Saulo

-Querida, Vamos!
Eu disse, atravessando o aposento gigantesco da minha filha Salomé. Nesse momento, ela estava em pé, diante do espelho redondo, ao seu lado havia duas serviçais, ajudando-a colocar uma gargantilha de ouro, com a imagem de uma tiara de diamantes e um sol.
Esse colar simbolizava o título de princesa da Terra do Sol.

Os seus cabelos estavam soltos. A minha filha estava linda em um vestido azul marinho, bordado com pedras preciosas. Salomé tinha uma beleza digna de seu reinado e de sua coroa.
-Eu... acho...que ...estou...pronta...
Ela gaguejou e caminhou desajeitadamente em cima dos seus sapatos de cristais, em minha direção, parecendo uma intrusa em nosso castelo.
-Querida, você está linda! - segurei o seu queixo e o sacudi cuidadosamente. - Acredito que os príncipes presentes em sua festa, irão querer disputar a tapa uma dança com você.
Salomé entrelaçou o seu braço no meu e caminhou ao meu lado, porém as suas bochechas ficaram coradas diante do meu comentário humorístico.
-Majestade, o senhor disse que não iria permitir que alguém se aproximasse de mim hoje noite.
-Sim, minha querida. - A olhei de lado. - Mas eu não posso impedir que os príncipes convidem-na para uma dança.



Salomé

Chegamos ao salão de bailes e vários convidados estavam nos aguardando. Olhei apreensiva para a multidão de pessoas. Havia vários príncipes de múltiplas províncias. Várias damas da nobreza, acompanhadas de suas filhas na minha idade.
Os guardas faziam uma parede para a minha entrada no salão, ao lado de meu pai, o Rei Saulo.
Eu mal podia olhar para os lados e tentar encarar todas aquelas pessoas ao redor de mim, feito uma corrente de ferro.
Os príncipes embora fossem tão belos quanto as suas coroas, mas eles não conseguiam segurar a minha atenção por completo.
Houve um momento em que eu olhei para o chão e não conseguia erguer a minha cabeça. Eu não parecia uma princesa da nobreza. Afinal, eu deveria erguer a minha cabeça e comprovar toda a minha autoridade sobre aquelas pessoas.
Mas não foi isso que eu fiz.
Os meus mecanismos corporais mal podiam me ajudar a chegar ao meu destino, e sentar-se em minha cadeira ao lado da cadeira de meu pai. Diante de toda aquela gente bem vestida e perfumada com os perfumes mais caros, os seus ouros reluziam em suas roupas e em seus pescoços ou sobre suas cabeças adornadas com coroas, tiaras e outros adornos para cabelo.
Olhei para o lado e Tia Dorotéia sorriu falsamente para mim, mas eu jamais poderia imaginar que ele era tão falso quanto uma joia de um mercador.
Ao seu lado, estava Escariodez, usando o seu tapa olho. As suas roupas escuras combinavam com os seus cabelos escuros e longos até o pescoço.
-Vossa majestade, o Rei Saulo irá celebrar com todos vocês as 18 primaveras de sua única filha, a nossa querida princesa Salomé.
O emissário do rei disse em voz alta e após isso, os guardas tocaram as trombetas.
Tia Dorotéia se contorceu de inveja, admirando a minha beleza e toda a minha riqueza. E isso foi apenas o começo.
Logo em seguida, o meu pai se levantou do seu acento de ouro, enquanto o seu emissário veio até ele, trazendo uma linda tiara de diamantes em uma almofada de veludo vermelho.
O meu pai segurou a tiara e olhou para mim, movimentando o seu rosto prudentemente para eu levantar-me naquele instante, diante de todos.
-Hoje eu os apresento a minha única filha e herdeira de meu trono. - Ele disse em voz altiva, e aos poucos, a sua mão segurando a tiara de ouro, foi descendo lentamente até o topo de minha cabeça. Então ele reforçou, olhando para todos.
- A princesa Salomé!
Nesse momento, houve uma chuva de aplausos ensurdecedores. Eu fiz uma careta discreta e não me atrevi a olhar para os lados ou adiante. Todavia eu sentia que todos os príncipes e todas as pessoas ali olhavam em uma única direção. Eu era o alvo deles, o alvo de suas ambições, de suas invejas e de suas admirações.
Antes que o banquete fosse servido, o rei exigiu que os servos trouxessem as taças de vinho. E que elas fossem servidas a cada convidado ali presente. O meu pai segurou a sua taça também, ergueu-a no alto e exigiu que todos fizessem um brinde naquele momento.
-Viva a nossa princesa Salomé!
-Viva!
Todos responderam em coro e nesse instante eu olhei até o chão. As minhas bochechas ficaram vermelhas outra vez. A tiara parecia pesar sobre a minha cabeça.
Eu parecia à princesa mais estúpida do universo.
O meu pai finalmente provou o vinho contido em seu cálice de ouro. Logo após, cada convidado fez o mesmo e também provaram de teus vinhos tintos. Eles pareciam satisfeitos com o gosto da bebida e estalavam os seus lábios olhando para as suas taças.
Mais alguns segundos, o meu pai deixou o seu cálice de vinho ir ao chão com tamanha violência.
O barulho do objeto em contato com o chão fez cada um ali olhar para ele.
Tia Dorotéia esticou o seu pescoço para olhar atentamente em direção de nós.
-Papaiiiiiii!
Eu gritei fortemente quando o vi caindo de costas no chão. O ar parecia ausente em suas narinas.
-Papaiiiiiii!
Outro grito ecoou diante do salão. Todas as pessoas ficaram perplexas olhando para nós.
O que estava acontecendo ali?
Ninguém entendia.
-Papai, fala comigo!
Caí de joelhos ao lado de seu corpo estendido no chão. O meu pai estava pálido, a sua boca estava roxa, mas o seus olhos ainda estavam abertos.
Uma roda de pessoas se formou ao redor de nós.
-Papai, fale comigo! Fale com a sua filha!
Os meus dedos pálidos sacudiam o seu rosto, eu precisava ouvir a sua voz naquele momento. Eu precisava ouvir que ele estava bem.
Porém, isso não aconteceu.
Logo os seus olhos cor mel se fecharam para tudo ao seu redor.
-Papai, não faz isso comigo!
As minhas mãos tocaram o seu peito, eu carecia que ele reagisse a sua fraqueza. A sua suposta morte.
 -Querida! Não se desespere!
Tia Dorotéia disse atrás de mim. O emissário do rei ajoelhou-se ao meu lado e tocou o pescoço do meu pai, sentindo a sua veia, as suas batidas do coração.
Literalmente, elas haviam parado de funcionar.
Nessa ocasião, eu pude ouvir a pior frase da minha vida.
Sendo dita pelos lábios do emissário de meu pai.
-O Rei Saulo está morto!
-Umuhmhmh - Murmurei em grande desespero. Arranquei a tiara de brilhantes da minha cabeça e a arremessei do outro lado do salão. Como se aquela tiara tivesse culpa de alguma coisa. 
A data do meu décimo oitavo aniversário havia se tornado o pior pesadelo da minha vida.
A pior primavera entre as primaveras...
Então nesse instante, eu recordei-me de quando eu tinha apenas sete anos de idade e o meu pai me carregava no colo, me entupindo de beijos.
-Você é a minha princesinha! A princesa da Terra do Sol.

Novamente eu voltei a minha realidade e vi o corpo do meu pai, estendido no chão como um tapete persa, completamente sem vida.
Eu jamais imaginei o fim do Rei Saulo, o fim do seu reinado em passo acelerado.
Mesmo sabendo que a sua morte teria que vim um dia.
Uma lágrima brotou em meu olho direito, essa mesma lágrima em câmera lenta atingiu o rosto do meu pai.
Tia Dorotéia olhou para um lado, até o seu amante Escariodez e ambos fizeram um movimento discreto com suas cabeças, confirmando algum segredo entre eles.
Após a minha lágrima, um clarão surgiu no teto do castelo, as pessoas ficaram abismadas. Eu olhei até o clarão e vi uma energia estranha vindo em minha direção.
O meu corpo foi sugado por essa energia, automaticamente eu desapareci do salão de festas.
 Porém, a minha tiara estava caída no chão e Escariodez caminhou até ela e a segurou, enquanto ele abafava um sorriso discreto em seus lábios.
O feitiço da minha tia Dorotéia havia funcionado. Ela havia envenenado o Rei. Assim o reinado não teria um governante.
Somente eu poderia governá-lo após a sua morte.
Mas tia Dorotéia enfeitiçou-me com a minha própria lágrima, eu não deveria chorar.
Caso eu chorasse por algum motivo, a minha vida iria virar do avesso, começando pelo derramamento de minha primeira lágrima.
Essa maldita lágrima ocorreu após a morte do meu pai, no dia do meu aniversário de dezoito anos.
Desde então, tudo começaria do zero.
Ou quase tudo...


Capítulo 3


Françoah


Em uma tarde, um clarão surgiu diante de mim.
Uma faísca cruzou o caminho de meu cavalo escuro.
Alguém atravessou apressadamente diante de nós. O meu cavalo completamente assustado, empinou descontroladamente. Eu não esperava por essa reação do meu animal que sempre pareceu tão calmo, tão manso.
Prontamente, eu senti todo o meu corpo indo para trás e deslizando pelas costas dura do cavalo. Eu caí no chão e o cavalo caiu para o lado.  Logo essa figura bizarra que havia atravessado o nosso caminho, parou e olhou assustadamente para nós e o seu olhar cor de mel parou na minha imagem deitado no chão, segurando o meu braço esquerdo, ele estava doendo muito. Acho que eu havia o fraturado.
-Você ficou maluca!
Gritei para a jovem de olhos cor mel, com um lenço claro cobrindo a sua cabeça, não havia algum sinal de cabelo em sua cabeça. O seu longo vestido azul marinho era tão velho e rasgado. A jovem estranha parecia uma mendiga.
Porém, ela se assustou ainda mais com o meu berro em sua direção e então ela olhou para o outro lado do caminho e entrou de floresta adentro. Assim desaparecendo entre os Vegetais lenhosos.


-Devagar!
Exclamei, sentado na cadeira, enquanto a minha irmã Francisca enfaixava o meu braço. Eu ainda estava sentindo muita dor. A queda de meu cavalo havia me presenteado com uma dor insuportável. E cada vez que eu lembrava-me dessa cena. Da jovem bizarra cruzando o caminho do meu cavalo e o meu, eu desejei amaldiçoá-la por mil vezes ou por toda minha eternidade em vida.
-Garota estúpida!
Murmurei comprimindo os meus lábios. A dor era mesmo intolerável.
-De qual garota você está falando?
Francisca perguntou, apertando os seus olhos castanhos claros em minha direção. Ela não estava entendendo nada. Eu não havia ainda explicado-a o motivo real da minha queda brusca.
Olhei para um lado e comecei a dizer da seguinte maneira.
 - Uma garota esquisita atravessou o meu caminho, durante a minha cavalgada. O meu cavalo se assustou e acabou me derrubando no chão.
-Nossa uma garota bizarra teve todo esse poder para assustar o seu cavalo e derrubá-lo a ponto de corromper o seu braço?
A sua voz soou irônica. Eu fiz uma careta, completamente sério. Eu não estava para brincadeiras e chicotas. A minha queda havia arruinado a minha tarde.
-Acredito que ela não seja muito certa das ideias! Talvez ela tenha fugido de algum manicômio. O seu estado era lastimoso, havia um lenço em sua cabeça. Ela parecia não ter algum cabelo na cabeça... e ela era completamente estranha.
Francisca ergueu as sobrancelhas e terminou de enfaixar o meu braço.
-Agora eu fiquei com pena dessa jovem.
Ela confessou.
Francisca era a minha irmã do meio. Eu tinha outra irmã chamada Fabíola. Nós éramos três irmãos. Eu tinha vinte e um anos, Francisca tinha vinte e Fabíola tinha dezenove anos.
Os nossos pais eram falecidos, e nós três morávamos em uma casa humilde em um vilarejo pequeno.
Francisca e Fabíola cuidavam da casa, e eu costumava caçar e também trabalhar como ferreiro na vila. Esse era o nosso sustento.
Alguns minutos mais tarde, eu e Francisca olhamos em direção à porta da frente, Fabíola havia chegado da feira, trazendo alguns legumes e pães frescos em uma cesta de palha. O seu cabelo estava preso por uma trança.
-O que aconteceu?
Ela questionou olhando para o meu braço enfaixado. Em seguida, ela colocou a sua cesta sobrecarregada sobre a mesa de madeira.
-O nosso irmão foi derrubado de seu cavalo por uma garota bizarra que cruzou o seu caminho.
A voz de Francisca soou irônica novamente. Fabíola colocou a mão em seus lábios e tentou segurar de volta um sorriso sapeca. Porém, ela ficou completamente séria quando imaginou que eu poderia estar seriamente machucado.
-Nossa! Hoje é o seu dia de sorte!
Fabíola ironizou também.
Porém, eu as olhei com rebate. Elas estavam me deixando completamente irritado. As minhas bochechas estavam ficando vermelhas de ira.
-Eu vou para o meu quarto. - Eu disse me erguendo acima. - As paredes do meu quarto não me azucrinam como vocês duas.
-Desculpa, irmão, nós só estávamos tentando amenizar a sua dor.
Francisca disse, olhando em minhas costas. Porém eu não perdi tempo em olhar de volta para elas e muito menos em rebater o assunto. Nesse período, eu preferia o silêncio do meu quarto.
E eu o tive assim que pisei dentro dele e bati fortemente a porta de madeira atrás de mim.